sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Vamos pregar sobre sexo


Por Paulo Brabo

O horror que cristãos de todas as estirpes nutrem ainda contra o corpo, contra o prazer sensorial e contra a sexualidade não se origina na herança da Bíblia hebraica, na tradição dos apóstolos ou no ensino de Jesus. Ao contrário: nosso pessimismo sexual não tem suas raízes na tradição bíblica, mas na influência exercida pelos filósofos estóicos e gnósticos sobre os cristãos dos quatro primeiros séculos.

Os filósofos estóicos prescreviam o controle completo da vontade sobre as paixões e as emoções. Seu ideal de humanidade era em tudo semelhante ao personagem Dr. Spock da série Jornada nas Estrelas original: um homem que busca honestamente a virtude, mas desconhece o tráfico, tipicamente humano, com as frustrações e os prazeres. Dos estóicos (como Sêneca, tutor de Nero) herdamos a hipervalorização do celibato e a idéia da abstinência dentro do casamento como coisa virtuosa. Os estóicos ensinaram-nos a noção extrabíblica de que todo prazer sensorial é uma ameaça e uma tentação, e que portanto a única atividade sexual legítima é a que visa a procriação.

Os gnósticos, por sua vez, criam que o mundo físico não era obra de um Deus bom, mas de demônios, e que a incorpórea alma humana era a única centelha de verdadeira luz neste lodaçal de matéria. Dos gnósticos herdamos o desprezo pelo corpo, a demonização da matéria, o desprezo pela experiência sensorial e a hipervalorização do ascetismo.

O cristianismo reduziu a moralidade à moralidade sexual.
Foi a influência dessas idéias, e não a leitura dos Testamentos, que criou a postura de gente como Agostinho, que só admitiu depois de muita hesitação a possibilidade de Adão e Eva terem mantido relações antes da Queda; mas o sexo antes do pecado, garantiu Agostinho, teria sido operação necessariamente santa e portanto mecânica, inteiramente isenta de prazer. Pela mesma razão Maria, mãe de Jesus, teve sua sexualidade cauterizada de modo a permanecer eternamente virgem, mesmo durante e depois do parto de Jesus. Seria coisa inconcebível, assegurou o papa Sirício no terceiro século, que Maria se rebaixasse à “intemperança” do prazer sexual; inconcebível que seu útero, “aquele átrio do rei eterno”, fosse “maculado pela presença [posterior] do sêmen masculino”.

Com a assimilação do pessimismo estóico e gnóstico, o sexo e o prazer passaram a ser vistos a uma luz cada vez mais negativa, mesmo dentro do casamento, até que o celibato completo passou a ser requerido dos líderes eclesiásticos. Na equação do negativismo sexual, sexo nenhum equivale a nenhum prazer, e nenhum prazer equivale a muita virtude.
Consolidava-se assim, nos primeiros séculos do cristianismo e graças a uma influência alienígena à visão de mundo bíblica, uma tendência que nem os ajustes da reforma protestantem seriam capaz de abalar: para o cristianismo histórico, a moralidade ficou para sempre reduzida à moralidade sexual.

Perdemos assim a sanidade da visão judaica a respeito do sexo e do prazer, que é favorável e celebratória e nada tem de neurotizada. Ainda mais importante, perdemos de vista o coração do ensino de Jesus sobre ética e santidade. Como deixam claro os evangelhos, a postura e o ensino de Jesus requeriam uma profunda revisão na nossa rasteira noção tradicional de moralidade. Afinal de contas, o mesmo Jesus que comia e bebia com gente de má fama, que via heróis em prostitutas e marginais e tinha prazer na companhia de pecadores, enxergava corrupção e podridão na vida dos carolas, devotos e santinhos da sua época. Para Jesus, como espetacularmente demonstrado no Sermão do Monte, nada é simples na moralidade, especialmente o reducionismo: nossa tendencia a nos sentirmos seguros na abstinência e a tendência correspondente de condenarmos os outros em seus excessos.

Cegados pelo falso brilho do estoicismo e pelas promessas tortas do gnosticismo, os cristãos eliminaram de forma brutal todas as sutilezas do ensino de Jesus sobre a moralidade, e passaram a proclamar a má nova – tudo que dá prazer é pecado – ao invés da boa – não há ninguém sem pecado, por isso a graça da aceitação está disponível para todos.
Hoje, dois milênios depois, permanecemos reduzindo religiosamente a moralidade à esfera sexual. Jesus não tolerava a mentira, a ganância, o orgulho e a crueldade; nós toleramos tudo isso, mas quem não se submeter aos nossos elevados padrões de moralidade sexual terá de ser excluído do nosso meio.

Os católicos permanecem obcecados com o celibato e com a contracepção; os protestantes permanecem obcecados com a virgindade antes do casamento e com a homossexualidade. A mentalidade evangélica permite a exploração de pessoas pelo capitalismo e a alienação social que ela ocasiona, mas não tolera a união sexual antes da sanção reparadora do sacerdote. O Vaticano ensina que padres não podem casar-se, e trata como embaraçosa infelicidade o fato de que tenham de recorrer eventualmente a meninos. A igreja evangélica norte-americana, patrocinadora ideológica dos avanços militares dos Estados Unidos, é reconhecida, essencialmente, pela sua postura antihomossexual; ou seja, um homem pode matar outro, mas não pode beijá-lo. As campanhas católicas contra o uso de anticoncepcionais são reflexos contemporâneos da antiga luta estóica contra o prazer; a única função legítima do sexo, como ensinava Sêneca, deve permanecer a procriação.

Para os cristãos do terceiro milênio, toda imoralidade – a única verdadeira imoralidade – é sexual. O inquietante é que, com o passar do tempo, perdemos a capacidade de ver que não há nessa postura nenhum traço de Jesus, do Antigo Testamento ou dos apóstolos. Pela familiaridade com o nosso próprio discurso, tornamo-nos inteiramente incapazes de reconhecer nossa neurose sexual.

Ao contrário, o que fazemos constantemente é acusar o mundo contemporâneo de ser obcecado com sexo. Pode ser hora de reconhecer que, depois de milênios do nosso exemplo, eles simplesmente aprenderam conosco.

Eu, Demasiadamente Eu














“Como eu poderia mistuar-me aos quais se presta ouvidos atualmente? – Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns Homens Nascem Póstumos” Nietzsche...Em seu livro: O Anti-Cristo

Ninguém Quer Mais o Evangelho de Jesus


Fala sério. Quem de nós, queremos ter a vida de Jesus? Ser Filho Amado de Deus e não ter lugar pra reclinar a cabeça? Ter Todo o Ouro e dormir no chão? Ser o Filho no qual Deus se Compraza (O TODO PODEROSO) e quando a Dor Extrema lhe sufocar e moer o corpo e você exclamar em dor: Deus Meu, Deus Meu por que me desampaste?? O Silêncio lhe vinher como resposta e a não-atitude como proposta?? Quem de nós iria querer, Ter Toda a Autoridade e ter que silenciar quando um Pó (Menos do que nada), cuspisse na sua cara? Quem de Nós estariamos disposto, sendo Principe do Universo, Tendo o Infinito como Escravo, andar com a “escória da humanidade”, mendigos, ladrões, prostitutas, Leprosos, e naquele tempo mais do que neste, Mulheres, Cobradores de impóstos, Corruptos, e Servir a Gente que te odeia?? Percebam que o Nosso Deus, o nosso Exemplo, o nosso Pai, o nosso Senhor, o nosso Rei é tudo aquilo, e fez tudo aquilo que não queremos ser e nem fazer nem de longe?? Se Nem sendo Rei, Eterno, Deus, queremos tais contradições imagine se fossemos isso tudo.... Quanta Contradição há nas falas e ações de alguns de nós....É Ninguém quer as contrdições do Rei do evangelho e quem dirá o Evangelho....

quem deu crédito a nossa pregação, já disse o poeta...quem??

E pior que tais contradições nem foi exigida ao extremo, de nós, pois Nele, Tudo foi Consumado...A nós só foi ordenado o amor ao próximo, o perdoar, o ser misericordioso, o doar e o mínimo de coerência com aquilo que vendemos ao outros...

Mas que Nada...Somos Cabeça e Não Cauda...Queremos o Poder Sobre TODOS, queremos a UNÇÂO sobre os Reinos deste Mundo, queremos Autoridade Sobre os Homens, Queremos ser Deus dos Homens e não Homens de Deus...

Nem Somos Deus, como no caso de Jesus, Mas: Somos Filhos adotivos de Deus e essa idéia de não ter lugar pra reclinar a cabeça..é ruim hein!!!....queremos Morar em Palácios, Cultuar sobre ar-condicionados, sentar em poltronas caras, aliás somos Filhos de Deus e quem pensar diferente só pode estar com espírito de miséria dentro do corpo, vamos descarregá-lo...

Nem Temos Todo o Ouro assim, somos um país-subdesenvolvidos...mas Nada de Dormir no Chão, queremos Colchões: Crown Jewel BAMBUPEDIC – VISCO, a partir de R$ 1275,12. Aliás, Somos Filho De Deus (e o Fato que Jesus Também Era, Foi e É e viveu o que viveu, não tem lugar na nossa mente)....

Nunca Ouvimos uma Declaração ao Nosso Respeito, como essa: Esse é o Meu Filho Amado a quem me Comprazo. A Ele Ouvi!! Mas quem disse que alguém tem o direito de discordar com o Pator da Nossa Congressão, vc vai tá no erro e vai acabar na desgraça e ainda passar a eternidade num lugar chamdo INFERNO...E idéia de Carregar sua Cruz: é ruim hein..Somos filhos amados e Deus se Compraza conosco, Povo Santo, Geração Eleita, Sarcedote Escolhido....

Virar a Outra Face?? Ta Louco...Somos Cabeça esqueceu...Mandamos é pro inferno quen tentar tirar onda...E só basta, nós perdirmos que virá batalhões de anjos pra destruir os nossos inimigos....

Andar com a “escória da humanidade”....somos principes, somos geração eleitas, não podemos andar no meio dos ímpios, e nem nos deter em tais rodas de escarnecedores, é ruim da gente se misturar com esses Lobos...Pecadores Infernais...

O Silêncio como Resposta Divina?? É ruim hein...é só agete declarar que acontece, é só agente clamar, que Deus Fará em Nosso Favor e destruirá nossos Inimigos...amar os inimigos?? É ruim hein....Ele ta no erro, é um herege, precisa sentir o peso da Mão de Deus... e quando tiver na pior ainda falarei: eu te avisei...

Alguns Homens nascem Póstumos...

Não aguento o que a maioria ama, não consigo não pensar, não consigo não reler as tradições, não consigo pensar sobras as ações do outro e as minhas, não gosto do gosto da maioria, amo o que a maioria detesta, prefiro livros do que novelas, não consigo parar de ler Jesus e o Comparar com os que dele fazem propaganda....Não consigo ver tais contradições e ainda estar no mesmo lugar, não consigo ver Empresários Sacrrosantos Lideres Gospels e não mandá-los Tomar no... , não consigo não amar os que a história do Cristianismo chamou de Herege...não consigo....não-consigo....e como se auto-intitular evangelho é se apropriar de todas as contrdições históricas, psicológicas, sociais do grupo Evangélico desde quase sempre...eu não sou Mais Evangélico...quero apenas ser coerente e ser imitador do Meu Deus...aliás, se Ele sendo Mestre passou por tudo...quem dirá eu...quero apenas ser o que nasci pra ser: Ser Humano e dar vazão ao sentimento mais forte em mim: o amor...E Jamais venderei a Minha Consciencia ao Medo, ao sistema de controle, ao Correto sem explicações...ao Outro...
Por fim, concordo com os caras que falaram isso:


A coisa toda é tão patentemente infantil, tão alheia à realidade, que qualquer amigo da humanidade sofre em pensar que a grande maioria dos mortais jamais será capaz de alçar-se além dessa visão de vida. — Sigmund Freud


Desconfio dessa gente que sabe tão bem o que Deus quer que eles façam, porque percebo sempre que coincide com seus próprios desejos. — Susan B. Anthony



Se você acabou vivendo uma vida miserável e tediosa porque ouviu sua mãe, seu pai, seu professor, seu padre ou algum cara na televisão gritando como você deveria viver, então putz – você merece. — Frank ZappaAs convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras. — Frierich Nietzsche

Que Deus Tenha Misericórdias de Nós...